de António Variações. Ed. EMI Music Portugal, 2006
António Joaquim Rodrigues Ribeiro , filho de camponeses minhotos, desde muito cedo revelou propensão para a música. Nascido em 3 de dezembro de 1944, abandonou a sua aldeia natal (lugar do Pilar, freguesia de Fiscal, Amares, Braga) em 1957 e foi para Lisboa, onde se dedicou a várias atividades profissionais desde empregado de escritório até barbeiro. Em 1975, viajou até Londres, onde ficou durante um ano partindo, depois, para Amsterdão onde aprendeu a profissão de cabeleireiro.
Esta aprendizagem servir-lhe-á para se instalar, novamente, na capital portuguesa, estabelecendo-se com o primeiro cabeleireiro unissexo de Portugal. Esta atividade não resultou muito bem e, para ganhar a vida, abriu uma barbearia na baixa lisboeta. Em 1978, gravou uma maqueta com alguns temas que apresentou à editora Valentim de Carvalho, com a qual assinará contrato. Na sua própria descrição, a música que produziu situa-se entre Braga e Nova Iorque. No programa televisivo "O Passeio dos Alegres", de Júlio Isidro, António Variações apresentou-se, pela primeira vez, ao grande público (1980…). Nessa emissão cantou "Toma o comprimido" e "Não me consumas", que ainda permanecem inéditos, uma vez que nunca foram registados em disco. O primeiro trabalho que gravou foi o single "Povo que lavas no rio", imortalizado por Amália Rodrigues. Amália era, aliás, uma das suas referências, tendo-lhe dedicado o tema "Voz Amália de nós". O seu primeiro LP, "Anjo da Guarda, foi, também, dedicado à fadista.
Popularizado com temas como " É p'ra amanhã" ou "O corpo é que paga", durante o Verão de 1983 foi muito solicitado para espetáculos ao vivo, sobretudo em aldeias por este país fora. No ano seguinte, entrou em estúdio com os músicos dos Heróis do Mar para gravar o seu segundo LP que se intitula "Dar e receber". O tema mais conhecido deste disco é, sem sombra de dúvidas, "Canção de engate" que, posteriormente, se tornará um imenso sucesso numa versão dos Delfins.
No dia 13 de junho de 1984, António Variações morreu no Hospital, em consequência de uma broncopneumonia bilateral grave. Será sepultado, dois dias depois, no cemitério de Amares, perto da sua aldeia natal, com a presença de poucos músicos acompanhando o funeral. Com a sua morte desapareceu um dos maiores renovadores da canção portuguesa das últimas décadas. No entanto, o seu espólio musical foi sendo revisitado, ao longo dos anos, por outros intérpretes e editoras.
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