outubro de 2022 D. Dinis, o Rei Trovador D. Dinis, conhecido como o Rei Trovador, nasceu em Lisboa (?), em 9 de outubro de 1261, e faleceu em Santarém, em 1325. Foi coroado aos 17 anos. O seu longo reinado de 46 anos, próspero e inovador em termos políticos, económicos e culturais, foi um dos mais importantes da monarquia portuguesa, tendo contribuído para o alvor da consciência de território nacional, contrariando a mentalidade feudal. Em 1282, casou-se com Isabel de Aragão, a Rainha Santa. D. Dinis foi o primeiro monarca português realmente letrado, sendo notável o seu apreço pelo Ensino – esteve na génese da Universidade de Coimbra, por exemplo - e pelas Artes, principalmente pela Poesia e Música Trovadoresca. Ele próprio foi um compositor de relevo, além de patrono de outros autores. Presentemente, conhecem-se 137 poemas escritos por D. Dinis: 73 cantigas de amor, 51 cantigas de amigo e 10 cantigas de escárnio e maldizer. Não é por acaso que estes poemas se chamam cantigas, dado que foram escritos para serem cantados. Mas, até ao ano de 1990, não se conhecia a música correspondente a nenhum deles. Por isso, quando se pretendia cantar uma das cantigas do rei-trovador, adaptava-se-lhe a música de um outro autor seu contemporâneo, o jogral galego Martim Codax, que escreveu em galaico-português, tal como D. Dinis, e cujas cantigas abordam assuntos profanos, tal como as do rei português. Em 1990, um investigador norte-americano, Harvey L. Sharrer, descobriu no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, um pergaminho contendo sete cantigas de amor de D. Dinis, acompanhadas pela respetiva música. Infelizmente, este pergaminho, que passou a ser chamado Pergaminho Sharrer, estava muito danificado porque tinha sido usado na encadernação de um livro de registos notariais do séc. XVI. De qualquer modo, tornou-se possível (finalmente!) conhecer alguma da música que D. Dinis compôs para as suas cantigas.D. Dinis foi autor de muitas mais, constando do Pergaminho Sharrer as seguintes catingas de amor: Poys que vos Deus, amigo, quer guisar; A tal estado me adusse, senhor; O que vos nunca cuidei a dizer; Que mui grão prazer que eu hei, senhor; Senhora fremosa, no posso eu osmar; Não sei como me salva a minha senhor; Quis bem amigos, e quero e querrei. Fonte: https://compositoresportugueses.blogs.sapo.pt/d-dinis-1o-compositor-do-nosso-blog-571 + https://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=1719 Voltar!