outubro de 2021 Hannah Arendt «Em nome de interesses pessoais, muitos abdicam do pensamento crítico, engolem abusos e sorriem para quem desprezam. Abdicar de pensar também é crime». Hannah Arendt (1906-1975) nasceu no subúrbio de Linden, em Hannover, Alemanha, no dia 14 de outubro de 1906. Quando tinha três anos sua família mudou-se para a Prússia. De origem judia, "Johannah Arendt" foi uma menina precoce. Com 14 anos leu a obra de Kant, Crítica da Razão Pura. Em 1924, ingressou na Universidade de Marburg onde foi aluna de Martin Heidegger, com quem iria iniciar um complicado relacionamento amoroso. Em 1926, decidiu mudar para a Universidade Albert Ludwig, em Freiburg. Em 1928, doutorou-se em Filosofia na Universidade de Heidelberg com a tese “O Conceito de Amor em Santo Agostinho”. Em 1929, Arendt obteve uma bolsa de estudos e foi para Berlim, onde reencontrou Günther Anders, que conhecera em Malburg e se tornou o seu primeiro marido. Em 1933, quando Heidegger aderiu ao nazismo e se tornou o primeiro reitor nacional-socialista da Universidade de Freiburg, Arendt afastou-se da Filosofia para lutar pela resistência antinazi. Nesse mesmo ano foi presa pela Gestapo e, depois de passar oito dias na prisão, resolveu deixar o seu país natal. Passou por Praga e Genebra, até chegar a Paris, onde permaneceu durante seis anos trabalhando com assistente social no apoio a crianças judias expatriadas. Em 1940, casou-se com o professor de história da arte e filósofo, Heinrich Bluecher. A ocupação da França pelos nazis obrigou-a a novo exílio. Depois de uma estadia em Portugal, conseguiu chegar aos Estados Unidos onde fixou residência. Em Nova Iorque foi diretora de pesquisas da Conferência sobre as Relações Judaicas, mas teve que esperar vários anos para retornar à vida académica. Em 1951, naturalizou-se americana. Nesse mesmo ano, publicou “Origem do Totalitarismo” que a tornou conhecida e respeitada nos meios intelectuais. Na obra, dividida em “Antissemitismo”, “Imperialismo” e “Totalitarismo”, procura analisar de que modo se forjou na Europa uma verdadeira máquina de destruição capaz de levar ao horror do holocausto. Em 1961, publicou “Entre o Passado e o Futuro”, afirmando que a palavra e a ação, para se converterem em política, requerem a existência de um espaço que permita o aparecimento da liberdade. Em 1963, publicou “Eichmann em Jerusalém” que nasceu de uma série de artigos publicados na revista The New Yorker. Nesta obra, Hannah trata do julgamento de Eichmann, o oficial da Alemanha nazi que entrou para a história como o administrador da “solução final”, intentando o extermínio sistemático de judeus na II Guerra Mundial. As conclusões de Hannah, que o retratou não como a encarnação da maldade, mas como um mero burocrata preocupado em subir na carreira e inconsciente da dimensão psicopata de seus atos, causou polémica e levou a muitas reções negativas, até dos seus amigos. Deste livro nasceu a expressão “banalidade do mal”, defendendo a autora que o mal não é uma força metafísica, maior que a vida quotidiana, mas que existe por questões e circunstâncias políticas e históricas. Ainda em 1963, Hannah Arendt começou a lecionar na Universidade de Chicago, onde permaneceu até 1967. Nesse ano, mudou-se para Nova Iorque onde foi contratada pela New School for Social Research, ali permanecendo até 1975. A última obra de Hannah Arendt, “A Vida do Espírito”, foi publicada após a sua morte, que ocorreu em Nova Iorque no dia 4 de dezembro de 1975. Algumas citações de Hannah Arendt, que a definem: · A escola não é de modo algum o mundo, nem deve ser tomada como tal; é antes a instituição que se interpõe entre o mundo e o domínio privado do lar. · Em nome de interesses pessoais, muitos abdicam do pensamento crítico, engolem abusos e sorriem para quem desprezam. Abdicar de pensar também é crime. · Uma existência vivida inteiramente em público, na presença de outros, torna-se, como diríamos, superficial. · Toda dor pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história. Filme O filme “Hannah Arendt”, de 2012, faz uma síntese das controvérsias e polémicas causadas pela publicação dos artigos na revista The New Yorker sobre o julgamento de Eichmann, o oficial nazi. Fonte: https://www.ebiografia.com/hannah_arendt/ Voltar!