maio de 2021

Eduardo Lourenço

Eduardo Lourenço nasceu a 23 de maio de 1923, na Beira Alta, e faleceu em Lisboa, em 2020, com 97 anos. Foi professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta, interventor cívico, várias vezes galardoado e distinguido como um dos pensadores mais proeminentes da cultura portuguesa. Escreveu diversas obras sobre a sociedade e identidade portuguesa: O Labirinto da Saudade (“discurso crítico sobre as imagens que de nós próprios temos forjado”, nas palavras do autor), Fernando, Rei da Nossa BavieraOs Militares e o Poder são das mais relevantes.

Eduardo Lourenço Faria nasceu (1923) em S. Pedro do Rio Seco, no concelho de Almeida, na Beira Alta. O mais velho de sete irmãos e filho de um militar do exército, frequentou a escola primária da sua aldeia e matriculou-se, posteriormente, no Colégio Militar, em Lisboa, onde concluiu o curso em 1940.

“Vindo de uma pequena aldeia e de uma família conservadora, encontrou em Coimbra um ambiente mais aberto e propício a uma reflexão cultural que sempre haveria de prosseguir”, refere o Dicionário Cronológico de Autores Portugueses”, editado em 1998. Frequentou o curso de Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde foi depois professor assistente. Emigrou para França em 1949, ano em que é publicado o seu livro de estreia, Heterodoxia I – “um dos mais nobres e perturbantes discursos ensaísticos de toda a nossa história literária”, classificou o professor e ensaísta Eugénio Lisboa.

Foi leitor de Língua e Cultura Portuguesa nas Universidades de Hamburgo e Heidelberg, na Alemanha, e Montpellier, em França, depois professor de Filosofia na Universidade Federal da Bahia, no Brasil. Também foi leitor a cargo do Governo francês nas Universidades de Grenoble e de Nice.

Entre as várias distinções que Eduardo Lourenço recebeu, estão o Prémio Casa da Imprensa (1974), o Prémio Jacinto do Prado Coelho (1986), o Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon (1988), o Prémio Camões (1996), o Prémio Pessoa (2011), e o Prix du Rayonnement de la Langue et de la Littérature Françaises da Academia Francesa (2016). Em França, recebeu também a condecoração de Officier de l’Ordre de Mérite, Chevalier de L’Ordre des Arts et des Lettres; em Espanha, a Encomienda de Numero de la Orden del Mérito Civil. Em Portugal, era Grande Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, de que também possuía a Grã-Cruz, assim como da Ordem do Infante D. Henrique e da Ordem da Liberdade. Era também Oficial da Ordem Nacional do Mérito, Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras e da Legião de Honra de França.

Fonte: https://www.publico.pt/2020/12/01/culturaipsilon/noticia

Bibliografia

Heterodoxia I, 1949 Coimbra, Coimbra Editora

O Desespero Humanista na Obra de Miguel Torga, 1955 Coimbra, Coimbra Editora

Heterodoxia II, 1967 Coimbra, Coimbra Editora

Sentido e Forma da Poesia Neo-Realista, 1968 Lisboa, Editorial Ulisseia

Fernando Pessoa Revisitado. Leitura Estruturante do Drama em Gente, 1973 Porto, Editorial Inova

Tempo e Poesia – À Volta da Literatura, 1974 Porto, Editorial Inova

Os Militares e o Poder, 1975 Lisboa, Arcádia

O Fascismo nunca Existiu, 1976 Lisboa, Publicações D. Quixote

Situação Africana e Consciência Nacional, 1976 Amadora, Publicações Génese

O Labirinto da Saudade – Psicanálise Mítica do Destino Português, 1978 Lisboa, Publicações D. Quixote

O Complexo de Marx ou o Fim do Desafio Português, 1979 Lisboa, Publicações D. Quixote

O Espelho Imaginário – Pintura, Anti-Pintura, Não-Pintura, 1981 Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda

Poesia e Metafísica – Camões, Antero, Pessoa, 1983 Lisboa, Sá da Costa Editora

Ocasionais I, 1984 Lisboa, A Regra do Jogo

Fernando, Rei da Nossa Baviera, 1986 Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda

Heterodoxia I e II, 1987 Lisboa, Assírio e Alvim

Nós e a Europa ou as Duas Razões, 1988 Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda

O Canto do Signo – Existência e Literatura (1957-1993), 1994 Lisboa, Editorial Presença; 2017 Lisboa, Gradiva

A Europa Desencantada – Para uma Mitologia Europeia, 1994 Lisboa, Visão

Cultura e Política na Época Marcelista, 1996 Lisboa, Cosmos

Nós Como Futuro, 1997 Lisboa, Assírio & Alvim

O Esplendor do Caos, 1998 Lisboa, Gradiva

Portugal como Destino seguido de Mitologia da Saudade, 1999 Lisboa, Gradiva

A Nau de Ícaro seguido de Imagem e Miragem da Lusofonia, 1999 Lisboa, Gradiva

A Noite Intacta. (I)recuperável Antero, 2000 Vila do Conde, Centro de Estudos Anterianos

Destroços – O Gibão de Mestre Gil e Outros Ensaios, 2004 Lisboa, Gradiva

O Lugar do Anjo – Ensaios Pessoanos, 2004 Lisboa, Gradiva

A Morte de Colombo – Metamorfose e Fim do Ocidente como Mito, 2005 Lisboa, Gradiva

As Saias de Elvira e Outros Ensaios, 2006 Lisboa, Gradiva

Paraíso sem Mediação (breves ensaios sobre Eugénio de Andrade), 2007 Porto, ASA Editores

A Esquerda na Encruzilhada ou Fora da História? – Ensaios Políticos, 2009 Lisboa, Gradiva

Pequena meditação europeia. A propósito de Guimarães, 2011 Lisboa, Verbo-Babel

Heterodoxias (O.C. Vol.I), 2011 Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian

Tempo da Música, Música do Tempo, 2012 Lisboa, Gradiva

Os Militares e o Poder seguido de O Fim de Todas as Guerras e a Guerra Sem Fim, 2013 Lisboa, Gradiva

Do Colonialismo como Nosso Impensado, 2014 Lisboa, Gradiva

Sentido e Forma da Poesia Neo-realista e Outros Ensaios, (O.C. Vol. II), 2014 Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian

Do Brasil, fascínio e miragem, 2015 Lisboa, Gradiva

Crónicas quase marcianas, 2016 Lisboa, Gradiva

Tempo e Poesia, (O.C. Vol. III), 2016 Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian

Da Pintura, 2017 Lisboa, Gradiva

Tempo Brasileiro: Fascínio e Miragem, (O.C. Vol. IV), 2018 Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian

Da Música, (O.C. Vol. V), 2019 Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian

Estudos sobre Camões, (O.C. Vol. VI), 2019 Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian

Antero. Portugal como Tragédia, (O.C. Vol. VII), 2019 Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian

Requiem para alguns vivos, (O. C. Vol. VIII) 2020 Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian

Pessoa revisitado: critica Pessoana I, (O. C. Vol IX) 2020 Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian

Fonte: https://www.eduardolourenco.com/bibliografia.html