dezembro de 2019

Florbela Espanca

Reconhecida como uma das principais poetisas portuguesas, Florbela Espanca viveu apenas 36 anos (nasceu no dia 08 de dezembro de 1894 e suicidou-se a 8 de dezembro de 1930), tendo expressado nos seus versos, belos e tristes, sentimentos profundos em relação ao amor, ao sofrimento, à saudade, à solidão e à finitude, inspirada, certamente, numa vida tumultuada, inquieta e sofrida, incluindo a morte prematura da mãe, a rejeição do pai, o casamento e separação, os abortos espontâneos e a morte do irmão, mágoas que não superou, pondo termo à vida tão cedo.

Florbela Espanca, nome literário de Flor Bela Lobo, nasceu em Vila Viçosa, Alentejo, no dia 8 de dezembro de 1894.

Em 1903, apenas com sete anos, começou a escrever os primeiros textos e a assinar “Flor d’Alma da Conceição”. Nesse mesmo ano, escreveu “A Vida e a Morte”, o seu primeiro poema, já demonstrativo do tom melancólico e amargo que a irá caracterizar. Em 1906, escreveu o conto “Mamã!”. Entretanto, vai apresentando os primeiros sintomas de um estado nervoso debilitado, que se irá acentuar ao longo da vida.

Florbela Espanca ficou órfã de mãe em 1908, aos 14 anos, passando a viver, assim como o seu irmão Apeles, na casa da madrasta Mariana e do pai. Ingressou no Liceu Nacional de Évora, onde permaneceu até 1912. Em 1913, casou-se com Alberto Moutinho, seu colega da escola. Em 1914, o casal mudou-se para o Redondo, na Serra d!Ossa, onde abriram uma escola e Florbela passou a lecionar.

Em 1916, a revista Modas & Bordados publicou o soneto “Crisântemos”. De volta a Évora, tornou-se colaboradora do jornal “Notícias de Évora”. Nessa época, conheceu outros poetas e participou num grupo de mulheres escritoras. Em 1917, completou o curso de Letras e ingressou no curso de Direito da Universidade de Lisboa.

Em 1919, lançou “Livro de Mágoas”. Nesta altura, sofreu um primeiro aborto espontâneo, que a deixou doente por longo tempo. Em 1921, divorciou-se de Alberto, o que a fez sentir o preconceito da sociedade. Nesse mesmo ano, publicou o “Livro de Mágoas”. Entretanto, passou a viver com o oficial de artilharia António Guimarães. De volta a Lisboa, em 1923, publica “Livro de Sóror Saudade”. Nesse mesmo ano, sofreu novo aborto espontâneo e separou-se do marido.

Em 1925, casou-se com o médico Mário Laje, em Matosinhos. Em 1927, morreu o seu irmão Apeles, num acidente de avião. A morte precoce do irmão inspirou-a a escrever “As Máscaras do Destino” e dominou, a partir daí, o seu estado de espírito

A poesia de Florbela Espanca pode caracterizar-se por um forte teor confessional. É densa, amarga e triste. A poetisa não se sentia atraída por causas sociais, preferindo exprimir nos seus poemas os acontecimentos que diziam respeito à sua condição sentimental. Não fez parte de nenhum movimento literário, embora o seu estilo se possa aproximar dos poetas românticos.

Suicidou-se em Matosinhos, em 1930, recorrendo a barbitúricos, exatamente no dia de seu aniversário (8 de dezembro), às vésperas da publicação da sua obra prima “Charneca em Flor”, que só foi publicada postumamente, em janeiro de 1931. Em 1949 foi, ainda, publicado o livro “Cartas de Florbela Espanca”.

Fonte: https://www.ebiografia.com/florbela_espanca/