Começou a escrever aos 10 de idade. Quando tinha apenas 12 anos conheceu Gabriela Mistral, uma famosa poetisa chilena que lhe deu a conhecer os escritores clássicos que iriam influenciar a sua carreira e as suas decisões políticas. Tornou-se militante anarquista e traduziu o trabalho de Jean Grave, a notável teoria de Peter Kropotkine, um anarquista comunista. A partir de 1920, passou a usar o nome Pablo Neruda que, legalmente, adotou em 1946. Em 1921, fixou-se na capital, Santiago. Neste ano, ganhou o prémio da federação chilena de estudantes de poesia com La canción de la fiesta e, a partir daí, começou a publicar poemas na revista da federação, Claridad. Em 1923, escreveu e publicou - apesar dos parcos recursos - o seu primeiro livro, Crepusculario. Em 1924, encontrou quem lhe publicasse Viente poemas de amor y una canción desesperada. Aos vinte anos e com dois livros publicados, Neruda tornou-se o poeta chileno mais conhecido. Seguiu-se a publicação de Tentativa del hombre infinito, Anillos, em colaboração com Tomás Lago, e El hondero entusiasta.

Em 1927, foi nomeado cônsul em Rangoon, Burma e, durante cinco anos, representou o seu país na Ásia. Seguidamente, viajou para Ceilão, Colombo, Jacarta, Java, onde casou com a sua primeira mulher, de origem holandesa. Esteve, ainda, em Singapura. Durante estes anos na Ásia escreveu Residencia en la tierra. Em 1933, foi nomeado cônsul em Buenos Aires aqui tendo origem a sua amizade com o poeta espanhol Federico García Lorca. No ano seguinte, foi transferido para Barcelona, seguindo-se Madrid onde voltou a casar, desta vez, com Delia del Carril.
Com o mesmo impacto literário que obteve no seu país, Neruda conquistou a Europa e o resto do mundo e a sua poesia tornou-se rapidamente conhecida. Este clima de engrandecimento poético foi, subitamente, interrompido pelo eclodir da guerra civil espanhola, em 1936. A execução do seu amigo García Lorca, a prisão de Miguel Hernández e o sangue nas ruas contribuíram para a maturidade do poeta e para as suas atitudes políticas. Escreveu, então, Espanã en el corazón, publicado durante a guerra civil nas linhas da frente republicanas.

Em 1938, Pablo Neruda regressou ao Chile com um grupo de refugiados espanhóis. Logo a seguir, o governo chileno enviou-o para o México país no qual produziu intensa obra poética, inspirado na Segunda Guerra Mundial que, entretanto, assolava a Europa, posicionando-se ao lado da defesa de Estalinegrado contra a ocupação germânica.

Em 1943, voltou ao Chile sob a aclamação dos seus conterrâneos. Em 1945, foi eleito senador e, nos três anos seguintes, dedicou-se aos problemas do país. A atividade política de Neruda foi interrompida quando foi eleito um governo de direita. Pablo Neruda, comunista, foi forçado a ocultar a sua ideologia, assim como aconteceu a outros esquerdistas. Estes anos de clandestinidade foram, no entanto, proveitosos do ponto de vista da sua obra literária. Entre outros, escreveu Canto General, um dos grandes poemas épicos gerados no continente americano.

Em fevereiro de 1948, deixou o Chile, atravessando a zona sul das montanhas dos Andes, a cavalo. Em junho de 1949, visitou a União Soviética para participar na celebração dos 150 anos de Aleksandr Pushkin. Visitou, depois, outros países da Europa e o México.

Em 1952, depois da ordem de prisão dos escritores de esquerda e de figuras políticas com idêntica ideologia terem sido expulsas, Neruda regressou ao Chile, tendo casado de novo, desta vez com a chilena Matilde Urrutia. Com a sua residência na Ilha Negra, no Pacífico, viajou constantemente por vários países, entre os quais Cuba e Estados Unidos, respetivamente, em 1960 e 1966.

A poesia de Neruda, traduzida em quase todas as línguas, representa uma constante mudança relacionada com as diversas experiências da sua vida. Um dos mais enigmáticos trabalhos é Residencia en la tierra onde rompeu com a forma tradicional e criou uma técnica poética personalizada, conquanto realista, que se tornou conhecida como "nerudismo".

Fonte: Infopédia. Porto Editora.